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Tecnologia - um passo à frente

De forma a facilitar o bem-estar de pessoas com demência, há uma necessidade de compreender como é que a tecnologia pode ser usada com este propósito.

 

Com a diminuição das capacidades cognitivas necessárias para um envolvimento satisfatório nas ocupações, as pessoas com demência podem se sentir privadas do sentimento de participação.

As soluções tecnológicas são muito comuns.

No entanto, a vigilância electrónica foi sugerida como um conflito com a liberdade e dignidade humana e como abrangente para riscos de abuso.

 

Uso de dispositivos de rastreamento

Uma das consequências mais comuns da demência é a desorientação espacial - as pessoas com demência perdem-se com facilidade.

De forma a antecipar as consequências dos sofredores de demência em caso de se perderem, uma das soluções utilizadas é o uso de dispositivos de rastreamento. 

No entanto, há um "senão" em relação a esta opção de solucionar este problema. Em vez de impedir que as pessoas com demência se percam, apenas ajudam no tempo em que estavam perdidas e, assim, o risco de ferimento das mesmas.

 

 

 

 

Tecnologia Quo Vadis II

Quo Vadis foi desenvolvido e implementado pela Swiss Foundation for Rehabilitation Technology.

  • Quo Vadis I é parecido a um dispositivo de rastreamento e, quando a pessoa com demência vagueia fora do perímetro autorizado, o cuidador é avisado.

  • Quo Vadis II tem por objectivo aumentar a autonomia e a segurança, é utilizado dentro de casa e destranca as portas apenas às pessoas autorizadas. 

 

De uma forma sucinta e bastante clara, o Quo Vadis II consiste numa antena que fica situada por cima da porta e cada pessoa submetida ao estudo, incluindo trabalhadores e pacientes, andavam com um cartão que lhes permitia abrir as portas conforme a sua autorização. Exemplo: paciente A não consegue abrir a porta do quarto do paciente B.

 

Desta forma, a ótima influência do sistema parece ajudar as pessoas com demência na adaptação a um novo ambiente, na criação do sentimento de territorialidade, segurança e liberdade. Além de proporcionar este ambiente aos pacientes, o Quo Vadis II pode ainda transmitir este sentimento de liberdade aos trabalhadores de uma instituição que eventualmente lidem com pessoas com demência, uma vez que o sistema ajuda-os a orientar-se dentro da unidade e a encontrar alguma privacidade.

Apesar da demência e da tecnologia serem vistas como opostos, devido à necessidade de habilidades cognitivas para usar tecnologia, os resultados do Quo Vadis II mostram como esta ideia pode ser desmistificada.

A tecnologia realmente pode ajudar as pessoas com demência, quando posta em uso de forma consciente.

 

Positron Emission Tomography (PET)

Os scanners PET utilizam a radioactividade para produzir imagens altamente pormenorizadas do cérebro. 

É utilizado uma pequena quantidade de substância radioactiva inofensiva (marcador) que é injectada no paciente através de uma veia. Depois, este marcador vai seguir a sua viagem, permitindo ao observador (médico) verificar as áreas e/ou doenças (no caso de) com mais nitidez.

 

Basicamente o paciente deita-se numa mesa (imagem 1 e 2) que será deslizada para uma espécie de túnel. Depois, o marcador emite positrões (partículas anti-matéria) que vão de encontro aos electrões (matéria) do encéfalo, atividade esta que o scanner irá então detetar e um computador irá transmitir as imagens 3D fornecendo uma leitura ao médico. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta leitura, o médico poderá verificar se o tamanho, forma e função do cérebro estão conforme o normal.

Desta forma, ajuda a detectar demências quando outros exames se mostram escassos nesta função.

 

Enquanto exames como a ressonância magnética (MRI) e tomografia computadorizada (TC) só revelam a estrutura do cérebro, o PET vai um pouco mais além, sendo capaz de mostrar o funcionamento do cérebro e dos seus tecidos.

 

Os resultados PET não são 100% fiáveis, pois factores como os níveis de açúcar no sangue ou insulina podem afetar os resultados do teste em diabéticos.

 

 

imagem 1 - mesa PET scan

imagem 2 - mesa PET scan

Cérebro normal numa imagem PET

Esquizofrenia numa imagem PET 

Demência numa imagem PET

Realidade Virtual (Virtual Reality - VR)

Realidade Virtual (Virtual Reality - VR) é uma tecnologia que permite a criação de

ambientes controlados que definem as tarefas concebidas para atingir as

necessidades individuais dos pacientes. Graças a esta tecnologia o treino intensivo

pode ser realizado em tarefas de motivação com o uso de feedback aumentado e

recompensado.

Para além disso, VR também permite que os pacientes tenham um papel mais activo

no seu processo de reabilitação ao serem capazes de auto monitorizar as suas

melhorias.

 

 

A configuração desta tecnologia é baseada no Sistema de Reabilitação por Jogos (Rehabilitation Gaming System – RGS) que reúne a neurociência e a tecnologia VR uma vez que explora a execução da acção e observação, aprendizagem motora e de tarefas específicas para o treino individualizado. Trata-se de um jogo em que o usuário tem como tarefa interceptar as esferas de entrada, movendo os braços do avatar virtual.

 

O Computer-Assisted Rehabilitation Program - Virtual Reality (CARP-VR) surge como resposta à necessidade de prestar a máxima integração social num ambiente seguro a pacientes que lidam diariamente com a ausência e dificuldades de motivação.

O projecto visa a criação de ambientes virtuais (AVs) seguros, levando estes doentes para contextos reais. Os pacientes podem resolver tarefas do seu dia-a-dia, recorrendo a estratégias de reabilitação neuropsicológicas estabelecidas. No entanto, os AVs não se encontram adaptados à realidade portuguesa, o que pode levar a um condicionamento do realismo.

O programa está definido por níveis de dificuldade (de modo a registar uma progressão no paciente) e por um editor de mapas, permitindo que os AVs sejam alterados segundo as necessidades do indivíduo. 

 

RehabNet (imagem 1 e 2) é a construção da próxima geração de sistemas de reabilitação motora após um AVC, com o intuito de ajudar a enfrentar problemas diários devido à doença, estimulando a plasticidade do cérebro. 

Para compreender as alterações desta plasticidade durante o processo de reabilitação dos membros superiores, juntam-se dados a nível comportamental do paciente (movimentos físicos), relacionando se tal corresponde com a tarefa desempenhada e, ainda, avaliando os padrões de actividade cerebral que se relacionam com o comportamento, desempenho e recuperação (EEG).

 

 

 

 

 

 

Selecções do Reader's Digest (ed.) (1987). ABC's of the human body. (1ªed.) (n.d.) 

 

Margot-Cattin, I. & Nygard, L. (2006). Access technology and dementia care: Influences on residents’ everyday lives in a secure unit. Scandinavian Journal of Occupational Therapy (13), p.113-124

 

Dores, A.R., Carvalho, I.P. & Caldas, A.C. (2010 Fevereiro). O desenvolvimento de um Programa de Reabilitação Cognitiva com Recurso a Tecnologia Informáticas. Actas do VII simpósio nacional de investigação em psicologia. p.645-659

 

Badia, S.B., Samaha, H., Morgade, A.G. & Verschure, P.F.M.J. (2011). Exploring the Synergies of a Hybrid BCI – VR Neurorehabilitation System: Monitoring and Promoting Cortical Reorganization Through Mental and Motor Training. International Conference on Virtual Rehabilitation.

 

 

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